segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sub-reptício...















Uma semana de muita correria... cheia de encontros e desencontros no encadear dos dias.
Enfim a mais bela flor do lacio nunca esteve tão próxima.
E lábios, olhos, pele, tudo tornou-se real à sombra do desconhecido.
E, a partir de então, as palavras que sempre me foram tão claras e tão companheiras, confundiram-me.
E na primeira noite, os traços do seu rosto apareciam, repetidas vezes, desenhados nas paredes do meu quarto.
E a madrugada, quase ao anunciar do dia, foi dura comigo pela primeira vez.
A textura da sua pele, o som da voz, a forma no olhar... tudo tão sereno. Traduziam as palavras da oração divina feita em seu nome.
São as primeiras impressões.
Aquelas que jamais serão esquecidas.
E aí, um poema que não comporta palavras minhas.
Olavo Bilac, sob a pena, conseguiu sintetizar, num belíssimo soneto, o que sinto com perfeição... e com isso, encerro, extasiada, meu escrito:



Paixão sem grita, amos sem agonia.
Que não oprime nem magoa o peito,
Que nada mais do que possui queria,
E com tão pouco vive satisfeito...



Amor, que os exageros repudia,
Misturado se estima e de respeito,
E, tirando das máguas alegria,
Fica farto, ficando sem proveito...



Viva sempre a paixão que me consome,
Sem uma queixa, sem um só lamento!
Arda sempre este amor que desanimas!



E eu tenha sempre, ao murmurar teu nome,
O coração, mau grado o sofrimento,
Como um rosal desabrochado em rimas.

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